E hoje, 23 de setembro, começou a estação das flores: a primavera.
Quem vive na cidade de São Paulo costuma dizer que, muitas vezes em um só dia acontecem as quatro estações. É uma verdade que só quem mora aqui sabe do que estou falando.
Mas, ainda no inverno, as flores já se apresentam e exibem seu esplendor. Exemplo disso é a Festa das Cerejeiras, que aconteceu no mês de agosto, no Parque do Carmo. Essa festa é realizada desde 1978. No dia 04 de agosto, estive no Parque do Carmo para participar do Festival. Era um domingo frio e chuvoso, mas que não nos impediu de chegarem cedinho para curtir o festival. Destaco alguns registros que fiz:
Em minhas andanças pela cidade sempre encontro flores pelo caminho. Próximo ao meu trabalho, no bairro da Lapa, encontro as flores, literalmente: “pulando o muro”.
A imagem da folhagem e das flores, se assemelha ao formato de um coração. A meu ver, essa imagem é um verdadeiro símbolo de que o Amor é transgressor: ele rompe barreiras. Olhem só:
Agora , um pequeno registro feito nas ruas:
No bairro da Lapa
Nos jardins de condomínios em Santa Cecília
Manacás da Serra, nas calçadas da Barra Funda
Avenida 23 de Maio
Nos parques públicos, como, por exemplo: Parque Ibirauera
Tenho percebido que Setembro é o mês dos Ipês, aqui em Sampa. Quando andamos um pouco, nos deparamos com a luminosidade e exuberância dos ipês.
Ipê nas calçadas da Lapa
Ipê dentro do Parque da Água Branca
Ipê nas calçadas da Avenida 23 de Maio
E nas calçadas, os ipês deixam um tapete de flores:
Hoje, me proponho a destacar e falar um pouco sobre xilogravura e Literatura de Cordel, por meio de alguns de seus representantes.
Para falar dos temas, recorro aos poetas cordelistas para traduzir na poesia alguns conceitos e informações sobre a xilogravura. Para isso, peço a ajuda do poeta cordelista cearense, Moreira de Acopiara, que traz no seu livro: Cordel em Arte e Versos (Editoras: Duna Dueto/Acatu), os seguintes versos:
A xilogravura é
Arte de muito valor,
(Em todo o Brasil nós temos
Muito xilogravurador),
E ela chegou ao Brasil
Com o colonizador.
Mas existe há muito tempo!
Acredita-se que tem
Origem na China, mas
Há quem afirme também,
Com muita convicção,
Que é da Grécia que ela vem.
(…)
Moreira de Acopiara ainda diz mais adiante:
E essa arte é mesmo antiga.
Antes da tipografia,
Em várias partes do mundo
Xilogravura existia.
Se produziam textos
Chamavam xilografia.
Destaco aqui a capa do livro Cordel em Arte e Versos, que foi ricamente ilustrado com as xilogravuras do artista carioca Erivaldo Ferreira da Silva:
Ressalto também o livro Caminhos Diversos sob os signos do Cordel, de Costa Senna, um multi artista. No livro o poeta faz uma coletânea de seus cordéis, ilustrados pelo artista gráfico Jô Oliveira.
Neste livro, Costa Senna trata diversos temas: como a história da escrita, leitura, cotidiano, entre outros. Seu cordel Nas asas da leitura, fala da origem da escrita, passando pelo Egito e China, passa pelo surgimento da imprensa e ressalta a importância do livro na história da humanidade. Vejam alguns versos:
Há cinco mil e quinhentos
Anos, a Ásia surpreendeu,
Pois, criando o alfabeto,
A escrita apareceu.
Veja só que linda ação,
Foi aí dessa união
Que nosso livro nasceu.
Em pedras, osso e tábuas
Era onde se escrevia.
Antes de o livro nascer,
A história se perdia.
Por não poder registrar,
Era difícil guardar
Tudo o que acontecia. (…)
Na leitura encontro asas,
Prazer, força pra voar,
Em qualquer cosmicidade
Eu vejo o meu ser pousar,
O livro é o meu transporte,
A leitura o passaporte,
Direito de conquistar.
Este cordel recebeu a seguinte ilustração de Jô Oliveira:
Em dezembro de 2018, tive a felicidade de estar presente no lançamento do livro: A semente de pera mágica em cordel, Editora Paulus, da artista plástica potiguar Nireuda Longobardi.
Neste livro, Nireuda faz uma adaptação de um antigo conto chinês em cordel, e também as xilogravuras, que transbordam beleza poética.
Aqui, compartilho alguns versos:
Era um homem muito pobre
que numa aldeia morava
e não tendo o que comer
diversas vezes furtava
pão ou tigela de arroz
e sua fome matava.
Certa vez em uma feira
lindos frutos avistou,
aproximou-se da banca
e disfarçando furtou
uma suculenta pera
e rápido se afastou. (…)
A feitura de uma xilogravura é uma arte rica em detalhes e paciência… Observem na foto abaixo que mostra um pouco do trabalho de Nireuda Longobardi:
Neste mês de setembro, até o dia 8, acontecerá a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Nesse evento, o poeta e cordelista Marco Haurélio irá participar e também realizará o lançamento de seu mais recente livro: “A Jornada Heroica de Maria” (Melhoramentos). O livro tem como ilustração as xilogravuras da artista Lucélia Borges.
O livro trata da recriação em cordel de um conto do vasto e longevo ciclo do noivo animal.
Houve um tempo em que as histórias iam sendo recontadas por gerações incontáveis, em infindáveis jornadas. Com o tempo, algumas delas foram imortalizadas.
Essas histórias fantásticas nasceram de muitas mentes. Espargidas pelo vento, como perdidas sementes, fincaram fundas raízes no imaginário das gentes.
“A jornada de Maria” é uma dessas histórias que vêm dos tempos passados evocando antigas glórias, costuradas com o fio do tecido das memórias.
Até aqui, trouxe alguns dos livros ilustrados com xilogravuras. Mas a xilogravura e o cordel andam juntos há bastante tempo.
Cordel: Perfil do Político brasileiro, de Varneci Nascimento e xilogravura de Erick Lima.
Cordel: Cante lá e cante cá, de Costa Senna e xilogravura de Nireuda Longobardi.
Cordel: A lenda do Cabeça de Cuia, de Pedro Monteiro, e xilogravura de Lucélia Borges.
Cordel: A Lenda da loira do banheiro, de João Gomes de Sá e Marco Haurélio e xilogravura de Lucélia Borges.
Cordel: Bandinha Fulô da Chica Boa, de João Gomes de Sá e também é o autor da xilogravura da capa.
Cordel: Cantoria 2(Peleja de Zé Limeira com Chico Antonio)de João Paulo Resplandes e xilogravura de Lucélia Borges.
Cordel: Caiçara,de João Paulo Resplandes e xilogravura de João Gomes de Sá
Cordel: Sanfoneirosde João Paulo Resplandes e xilogravura de Nireuda Longobardi
O universo da Literatura de Cordel e tão vasto quanto o da Arte da Xilogravura. As possibilidades são infinitas, e nas veredas da internet podemos encontrar muitas e muitas informações. Cabe a nós, de acordo com nossa curiosidade e interesses, lançar redes e filtrar os artigos e matérias que mais nos tocam e emocionam.
E em agosto também temos um dia dedicado ao Folclore, dia 22 de agosto. Nesse período do mês, a maioria das escolas de Ensino Fundamental rememoram o encanto (e espanto) que as lendas nos trazem.
Aqui, destaco um livro que foi lançado há pouco tempo, e que tive o privilégio de estar presente em seu lançamento: EnCantando as lendas brasileiras, de Gabriela Vasconcelos Abdalla e Vivian Devidé Casto, da Editora Tipografia Musical.
Gabriela e Vivian são educadoras atuantes. Gabriela é educadora musical, e tem buscado no ensino/aprendizagem desenvolver a ludicidade com crianças e adultos. Vivian Devidé Castro é arte-educadora, com uma muita experiência em sala de aula.
O livro é uma gostosa viagem pela cultura popular por meio das lendas de nosso folclore. Além disso, o livro traz músicas delicadamente compostas para cada lenda apresentada,compostas por Gabriela Abdalla e algumas parcerias com o músico Beto Vasconcelos. O livro traz também atividades lúdicas para desenvolver com as crianças.
Eu e meu filho Ulisses tivemos a oportunidade e enorme alegria em de participar do lançamento deste livro primoroso.
Lançamento do livro: EnCantando as lendas brasileiras
Vale muito a pena a leitura do livro, bem como ouvir as músicas compostas para as lendas.
Nas andanças que faço no centro de São Paulo, estive no SESC 24 de Maio, e me encantei com uma sensível exposição À Nordeste. Essa exposição mosta a cultura nordestina por meio das artes visuais.
É uma exposição que vai até o dia 25 de agosto, e neste mês do Folclore vem a estimular “reflexões sobre o Brasil a partir da produção simbólica do Nordeste numa perspectiva de suas singularidades regionais e da radicalidade de sua dimensão sensível. Um olhar sobre a história da região que revela dimensões vertebrais da formação e da contemporaneidade do Brasil e de suas infinitas pluralidades. Reunindo um conjunto significativo de obras, peças e experiências de contextos e vocações diversas que imaginam, inventam e reconstroem o Nordeste do Brasil, a exposição atravessa campos como a iconografia e a teoria social, pretendendo pensar as circunstâncias históricas, sociais e culturais da invenção de uma ideia de “nordeste” (referência na página do SESC24 Maio)
Aqui, compartilho algumas fotografias que tirei, onde retrato uma pequenina parte da exposição:
Obra: simbolismo do cangaço, de J Cunha
Inicialmente trouxe a obra de J Cunha, que muito chamou a minha atenção.
Fui procurar informação sobre J Cunha, e cheguei em sua página oficial. Vale a pena conhecer o seu universo , clicando aqui .
Mas, o mais interessante é ouví-lo falando sobre seu trabalho e influências, acessando o vídeo abaixo:
Outra obra que chamou a atenção, foi a obra Vidas Secas, do alagoano Graciliano Ramos. Aqui cabe uma memória afetiva, poi li este livro quando era de adolescente. Era uma leitura essencial naquele período. Como eu era muito jovem e inexperiente à época, não cheguei a compreender a importância e grandeza do livro. A primeira edição de “Vidas Secas” foi ilustrada pelo artista plástico cearense Aldemir Martins.
Livro de Graciliano Ramos ilustrado por Aldemir Martins
” E a vida? E a vida o que é? Diga lá, meu irmão Ela é a batida de um coração Ela é uma doce ilusão, ê, ô…” (Gonzaguinha)
E é com os versos de Gonzaguinha, que pego emprestado, para retomar a escrita neste blog.
Iniciei este blog em março de 2009. Há dez anos ‘marquei’ meu território no mundo virtual e busquei expressar-me um pouco e deixar dicas e nutrir um pouco este vasto mundo virtual com conteúdos que para mim foram e são significativos.
Na minha última postagem falei do Encontro com o Cordel, no Sesc 24 de Maio, com diversos nomes da poesia popular. Pessoas queridas e temas que para mim são caros e me levam às minhas origens.
Durante este ano pude viver outros encontros: com vários amigos e amigas, com familiares, com companheiros de trabalho, em cursos e palestras e em vários eventos artísticos. E em cada encontro a vida se refazia e se reinventava.
E o tema ‘Encontro’ tem diversas faces, fases, situações e também reencontros.São incontáveis os encontros e reencontros que temos em nossas vidas. Mas, com toda certeza, aprendemos muito e crescemos com cada um deles. Nos encontros renovamos nossas energias, realimentamos o nosso coração que bate mais forte com e disposição para desfrutar de cada momento.
Nesses gratos encontros que a vida me proporcionou, tive a oportunidade de conhecer a psicóloga e coaching Barbara Hilsenbeck . Além do encontro físico, também a encontro nas ondas do mar virtual, por meio de seu canal no You Tube: A Vida é Barbara. Em um dos programas, ouvi a leitura de um texto, que muito me chamou a atenção, cujo título é: Pelos seus olhos. Este texto também se encontra em seu Blog: A Vida é Barbara.
Compartilho aqui o programa apresentado no canal, com o tema: A criança interior, e convido vocês a assistirem:
O texto me encontrou e reavivou outros sentidos que estavam guardados em mim. Desse encontro, surgiu um singelo poema e compartilho aqui:
A VIDA É BARBARA
(de: Barbara Hilsenbeck e Margarete Barbosa)
Minha criança,
Não se engane!
O tempo, a idade: 36, 45, 54, 63 …
Pode ser apenas um número.
A vida é reflexo do seu humor
do seu Amor,
do seu coração,
dos seus olhos.
Tudo na Vida é bom:
o breu
a luz
a alegria
a tristeza.
O seu coração
emana vibrações.
Todas.
O Universo habita em ti
e de sua boca saem palavras
que podem elevar o seu Ser,
e dos demais seres.
Reserve as melhores,
e as espalhe como sementes.
Aceite a Luz e a Sombra.
A sua essência transcende
a dualidade.
Você é poesia e
é única vivendo
a Vida que é divina,
que é Presença, porque
a Vida é bárbara!
E a Vida se manifesta nos vários momentos: dos mais simples aos mais complexos, com intensidade e profundidade. E diante dessa abundância e generosidade divina, que o único sentimento que tenho e expresso é o de profunda gratidão.
No último domingo, dia 03 de dezembro, tive a emoção e alegria de apreciar um pouco do grandioso evento Revelando São Paulo.
O Revelando São Paulo acontece desde de 1996 e está voltado para a pesquisa e divulgação da Cultura Tradicional do Estado de São Paulo e aconteceu dos dias 29 de Novembro a 03 de Dezembro, no Parque do Trote, na Vila Guilherme-SP.
Na edição de 2017, o tema foi Festa do Divino. A Festa do Divino é uma comemoração popular de rua, tipicamente folclórica, com aproximadamente sete séculos de existência. Neste evento muitas cidades de São Paulo trouxeram suas manifestações culturais. Durante todos os dias do evento, os visitantes puderam aproveitar clássicos da comida caipira, caiçara e tropeira, além do artesanato feito com matéria-prima local de diversas regiões do estado e técnicas transmitidas entre gerações.
A música e as celebrações regionais reuniram artistas de muitas manifestações culturais no palco do Revelando São Paulo. E aconteceram encontros de violeiros, sanfoneiros, congadas, entre outros.
No domingo aconteceram apresentações de congos e moçambiques.
Os Congos, Congadas são folguedos que comumente aparecem na forma de cortejos, os participantes cantam e dançam homenageando, de forma especial, São Benedito. Muitos desses folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas promessas. Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão. Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e inicio da República). As vezes possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte dramática com embaixadas e lutas.
Moçambique ou maçambiques são folguedos que aparecem durante quase todo ano nos municípios do Vale do Paraíba, nos que circundam a cabeceira do Tietê e Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos que homenageiam com suas músicas e suas danças seus santos padroeiros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Suas atuações caracterizam-se por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por vezes complicados. Seu traço distintivo são os paias, (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros.
Aqui segue um pequeno registro que fiz do Festival da Cultura Tradicional Paulista:
Também tivemos o cortejo com a manifestação indígena:
Após o cortejo, aconteceu também um encontro ecumênico no palco:
E também aconteceu o cortejo no entorno do Parque do Trote:
Ele disse ter “nascido há dez mil anos atrás”, mas o fato é que o Maluco Beleza, Raul Seixas, em sua passagem pela a esfera planetária, deixou uma vasta obra, muitos fãs, muita memória e histórias na Música Popular Brasil, além de inspirar outros músicos. Desde os anos de 1970, as gerações escutam e admiram muito Raul Seixas por meio de suas músicas e fãs clubes.
Maria Olívia é uma compositora e cantora pernambucana nascida em São João e radicada no Rio de Janeiro. E na infância e adolescência, junto com seus irmãos, primos e amigos, ouviu muito as músicas de Raul Seixas. E sobre isso, quem fala melhor é a própria Maria Olívia no vídeo abaixo:
Uma das frases musicais de Raul diz que: “Nunca se vence uma guerra lutando sozinho”. Sabendo da importância da parceria e da interação de talentos, Maria Olívia contou com músicos primorosos: Marcílio Figueiró (violão e arranjos) e André Dantas (violão e guitarra). Com direção de Márcio Trigo, Maria Olívia apresentará sua performance em formação instrumental de canto e 2 violões. Os arranjos musicais foram concebidos por Marcílio Figueiró e a produção executiva é da Pinho Brasil Projetos Culturais.
E quem passar pelo bairro da Glória, um dos mais antigos do Rio de Janeiro, vê logo atrás do Outeiro da Igreja da Glória, um busto gigante de Getúlio Vargas. Bem ali, no subsolo daquele espelho dágua, existe um maravilhoso espaço cultural onde temos o privilégio de apreciar diversos eventos. E será neste Memorial, no dia 27 de outubro de 2017, às 18h30 que Maria Olívia vai apresentar o espetáculo: Maria Canta Raul Seixas, com ingressos a preços populares. Vale muito a pena!
Maria Olivia canta Raul Seixas – fotografia: Antonio Rocha
Neuza Guerreiro de Carvalho, conhecida também como vovó Neuza, aos 86 anos inspira e respira Memória. Ela promove encontros e cria oportunidades para o resgate de memórias.
Tive a oportunidade de encontrar Neuza em abril de 2004, e desde então tivemos muitos e diversos encontros onde compartilhamos muitas memórias.
Em um desses encontros, em dezembro de 2014, tive a oportunidade de estar presente no lançamento do livro: A Glette, o Palacete e a Universidade de São Paulo. Este livro tem vários organizadores, entre eles Neuza , que escreve o terceiro e o décimo capítulo.
Aquele dia foi mais que um encontro para lançamento do livro. Foi a celebração e a realização de um projeto que teve alguns percalços enquanto estava sendo elaborado, mas que com a persistência de um grupo coeso, conseguiu chegar em sua finalização. Para mim foi um momento de intensa emoção, e tenho certeza de que também foi para Neuza.
Margarete e Neuza: um encontro afetivo
Neuza se considera e se denomina uma “Glettiana”. No período de 1948 a 1951, Neuza fez o curso de História Natural pela FFCL-USP-FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Naquela época esse curso da Universidade de São Paulo funcionava em um palacete de moradia – O Palacete Glette. Para saber mais sobre esta fase da Universidade de São Paulo, além de outras histórias do Palacete da Glette, convido vocês a acessar o link Blog da Vovó Neuza.
O livro reúne as histórias, lembranças e memórias de um grupo de amigos e ex-alunos ( hoje professores da USP) que estudaram em algum momento no antigo Palacete da Glette. É um livro que visa resgatar uma parte da história da Universidade de São Paulo sob a narrativa daqueles que por lá passaram.
A Universidade que formou a bióloga Neuza Guerreiro de Carvalho, hoje, 08 de maio de 2017, a recebe para ministrar aulas na Universidade Aberta à Terceira Idade. Neuza prefere dizer que são encontros, pois são mesmo. Segundo ela: “São os ENCONTROS DE RESGATE DE MEMÓRIA AUTOBIOGRÁFICA. Não gosto da palavra ‘OFICINA’, embora de uso corrente. (…) Também não gosto de ‘WORKSHOP’, porque é palavra importada. Adotei para mim ‘ENCONTROS’. que diz bem o que faço.”
Neste dia Internacional da Mulher, Neuza vai reunir, ou melhor: encontrar com pessoas acima dos 60 anos para o “Encontro de Resgate de Memória Autobiográfica”, cujos objetivos são: “propiciar o resgate da memória buscando lembranças esquecidas com abordagem em uma filosofia, enfoque e caminhos próprios. E também registrar esse resgate”.
Neuza vem trabalhando com Memória há muito tempo, sempre buscando estudá-la de várias formas, como: histórias de vida, histórias de família, histórias coletivas e resgate de Memória pessoal. Ela escreve sobre a história de sua família desde 1997 e já participou do Museu da Pessoa, onde trabalhou e conviveu com profissionais realizando entrevistas, transcrevendo e editando as Histórias de Vida.
Deixo aqui registrado meu respeito e admiração por esta mulher, pois sempre que vou visitá-la, faz questão de compartilhar comigo suas histórias, sua cultura, sua memória e, principalmente sua afetividade.
E hoje, neste dia Internacional da Mulher, destaco esta mulher, mãe, avó e profissional que já traz em sua identidade um sobrenome duplamente forte: Neuza Guerreiro de Carvalho.
Finalizo este post compartilhando um vídeo onde Neuza fala sobre este trabalho. Vejam só:
Domingo é dia de fazer muitos passeios com a família e amigos. Uma das opções pode ser encontrada no bairro de Higienópolis: o Parque Buenos Aires. Este parque se localiza entre a Avenida Angélica e as ruas Piauí, Bahia e Alagoas.
É interessante notar que a cidade de São Paulo mesmo com o excesso de edifícios, oferece diversas opções de lazer e espaços abertos. Dentre as várias opções, temos muitos parques, os verdadeiros redutos arbóreos na metrópole.
Ao entrar parque, pela Av. Angélica, nos deparamos com manifestações explícitas de criatividade: seja pelos stands de moda e design, atividades sustentáveis, e também pela gastronomia que integram a Feira Cultural conhecida como Mercado Buenos Aires, juntamente com a delícia de ouvir música ao vivo.
No dia 12 de fevereiro, pude ver um pouco do trabalho de música popular brasileira da cantora Cris Vecchio e do violonista Sérgio Arruda. Um primor!
Na apresentação de Cris Vecchio e Sérgio Arruda, o público podia escolher a música que mais gostasse. Bastava escollher no ‘varal musical’ dentre os grandes sucessos da MPB, do Samba e do Choro. Olhem só:
Caminhando pelo parque podemos ouvir alguns pássaros, como periquitos, tico-ticos, pardais, o que traz uma sensação de tranquilidade e harmonia. Continuado a caminhada, encontramos algumas obras de arte, como por exemplo a escultura do “Leão atacado”:
Podemos ainda nos encontrar com Lasar Segall e sua escultura ‘Emigrantes’:
Emigrantes – Lasar Segall
Ainda podemos encontrar a escultura “Mãe”, de Caetano Fraccaroli (em 1965), em um único bloco de mármore, que fica no ponto mais alto do parque.
“Mãe”, de Caetano Fraccaroli
Nos arredores da praça, onde fica a escultura Mãe, vi uma imagem inusitada. Duas geladeiras recheadas de livros. Pois é: uma Geladeiroteca. Vejam:
O projeto Geladeiroteca, tem como objetivo incentivar a leitura de forma gratuita, onde as pessoas podem ler, pegar emprestado e doar livros. Segundo o site da prefeitura, o parque já contava com uma geladeira com alguns livros que foram doados por uma conselheira. Mas a ideia se materializou por meio de uma parceria com a ONG Instituto Pequenos Grandes Guerreiros, no último dia 12 de outubro de 2016. Em uma das geladeiras existe uma informação que fala da origem dessa iniciativa e da Geladeiroteca Viva o Tom.Olhem só:
Hoje, dia 06 de janeiro, é lembrado e comemorado O Dia de Reis. Uma data que encerra o ciclo natalino e abre os preparativos para o Carnaval. Segundo a tradição católica o Dia de Reis, celebra o dia em que os três reis magos levaram presentes ao menino Jesus
De acordo com essas tradições, a comemoração do Dia de Reis vem desde o século 8 quando os reis magos Melchior, Baltazar e Gaspar, três reis magos que depois de guiados por uma estrela até o estábulo para presentear o menino Jesus . Esse episódio passou a ter uma representação na história da humanidade, além de diversas comemorações.
Particularmente, lembro e referencio este dia. E quero comemorar e compartilhar com imagens colhidas na rede, além das manifestações que acontecem em todo o Brasil.
Inicialmente, trago a imagem da Arte Naif do artista pernanbucano Militão dos Santos: Folia de Reis
Folia de Reis por Militão dos Santos
Muitas comunidades no interior do Brasil, promovem os chamados Reisados ou Folias de Reis, que são festas folclóricas que receberam a influência das origens européias da celebração mas que adotaram formas, cores e significados locais bastantes próprios de nosso povo na expressão que virou parte de nossa cultura.
Os Reisados brasileiros envolvem música, dança, celebração religiosa, orações, com elementos específicos mais marcantes dependendo da região do país, e acrescenta a tradição de que aqueles que recebem a visita do Reisado em suas casas (na realidade, o simbolismo representa a visita dos Reis Magos a Jesus) devem oferecer graciosamente comida a seus integrantes, que realizam toda sua preformance de tradição folclórica-religiosa local, enaltecem o hóspede, que agradecem pela comida e seguem para o próximo destino.
Navegando na Rede, encontrei um belo documentário Expedições da TV Brasil: Reisados do Ceará. Vale a pena assistir, curtir e compreender um pouco do sentido dessa tradição:
Na Rede Social do Facebook, meu amigo Marco Haurélio compartilhou a canção: Reisado (Santos Reis) com a interpretação da dupla Pena Branca e Xavantinho. Vamos ouvir?
Segue aqui o poema/canção que foi recolhido pela folclorista goiana Ely Camargo, que em 2014, com seus 84 anos deixou um legado cultural e musical para os apreciadores da Cultura Popular:
O galo cantou no Oriente
Surgiu a estrela da guia
Anunciando à humanidade
Que o menino, Deus nascia
Em uma estrebaria
Vinte e cinco de Dezembro
Não se dorme num colchão
Deus menino teve a cama
E folha seca do chão
Pra nossa salvação
Senhora dona da casa
Óia a chuva no telhado
Venha ver o Deus Menino
Como está todo molhado
Os três reis a seu lado
Deus lhe pague a bela oferta
E vós deu com alegria
O Divino Santo Reis
São José Santa Maria
Essa tradição também é vivida em outros lugares do Brasil, como por exemplo em Alagoas. Aqui relembro uma personalidade do reisado alagoano: Mestra Virginia de Moraes.
Mestra Virginia de Moraes
Mestra Virgínia de Moraes nasceu em 1916 em Rio Novo, Maceió, faleceu em 2003. Mestra de reisado, cantadora, rezadeira, benzedeira, parteira de profissão, autora e intérprete de belas poesias e da música popular tradicional alagoana. Aqui trago o sua Marcha do Reisado. Vale muito a pena ouvir.
Aqui deixo registrado minha homenagem ao dia de Santos Reis!