As origens do Halloween (por Sir James Frazer)

31/10/2019
"Snap-Apple Night", quadro pintado pelo artista irlandês Daniel Maclise em 1833

“Snap-Apple Night“, quadro pintado pelo artista irlandês Daniel Maclise em 1833, inspira-se em uma festa de Halloween de que ele participou em Blarney, na Irlanda, em 1832.

 

Hoje, 31 de outubro, venho compartilhar postagem extraída da página CORDEL ATEMPORAL,  Blogue do poeta e pesquisador Marco Haurélio.

As festas dos fogos na Europa

(Excerto)

Entre os antepassados pagãos dos povos europeus, a festa dos fogos mais generalizada e popular do ano era a grande comemoração da véspera do Solsticio de Verão, ou do dia do Solsticio, à qual correspondia a festa dos fogos do Solsticio de Inverno. Entre os povos celtas de Land’s End, na Cornualha, por outro lado, as principais festas dos fogos eram as do 1.° de Maio ou de Beltane, e do Halloween. Essas duas datas marcam a época em que os pastores levam o gado para pastar e em que, com a aproximação do inverno, levam-no novamente de volta para os currais.A divisão celta do ano em duas metades marcadas pelo início de maio e pelo início de novembro data assim de urna época na qual os celtas eram principalmente um povo pastoril que, para sua subsistência, dependia de seus rebanhos, e na qual, por essa razão, as grandes épocas do ano eram os dias nos quais o gado partia de suas fazendas no princípio do verão e aqueles em que para elas voltava novamente no princípio do inverno. Mesmo na Europa central, distante da região hoje ocupada pelos celtas, uma divisão semelhante do ano pode ser claramente reconhecida pela grande popularidade tanto do 1.° de Maio e de sua véspera (a Noite de Walpurgis) como da festa de Todos os Santos, em princípios de novembro, que, sob um tênue disfarce cristão, oculta uma antiga festa pagã dos mortos. Podemos, portanto, conjeturar que, por toda parte na Europa, a divisão celeste do ano de acordo com os solstícios era precedida do que podemos chamar de uma divisão terrestre do ano de acordo com o início do verão e o início do inverno.

Seja como for, as duas grandes festas celtas comemoradas em 1.° de maio e 1.° de novembro ou, para sermos mais precisos, as vésperas desses dois dias assemelham-se muito no modo de celebração e nas superstições a elas associadas; pelo caráter arcaico de que ambas se revestem, traem uma origem remota e exclusivamente pagã. A festa do 1.° de Maio ou de Beltane, como os celtas a chamam, que servia para marcar o início do verão, já foi descrita. Resta-nos fazer uma descrição da festa correspondente do Hallowe’en, que anunciava a chegada do inverno. Das duas festas, o Halloween talvez fosse a mais importante, já que os celtas parecem ter datado o início do ano a partir dela, e não a partir da festa de Beltane. Na ilha de Man, um dos redutos em que a língua e o folclore celtas mais resistiram ao sítio dos invasores saxões, o 1.° de novembro (calendário antigo) era considerado como o dia do Ano-Novo, até épocas recentes. Assim, os mascarados de Man costumavam sair às ruas na festa de Hallowe’en (calendário antigo) cantando, na linguagem de Man, uma espécie de canção de Hogmanay (Ano-Novo) que começava assim:

“Hoje é a noite do Ano-Novo, Hogunnaa!” Um dos informantes de Sir John Rhys, um velho de setenta e sete anos da ilha de Man, “havia sido empregado de fazenda desde os dezesseis anos até os vinte e seis, com o mesmo patrão, perto de Regaby, na paróquia de Andreas, e lembra-se de que seu patrão e um vizinho próximo discutiram a expressão dia do Ano-Novo aplicada ao 1º de novembro e explicaram aos jovens que sempre fora assim antigamente. De fato, parecia-lhe bastante natural que assim fosse, já que todos os contratos de ocupação de terra terminam naquela época e todos os empregados começam o seu serviço também nessa época”.

Não só entre os celtas, mas também por toda a Europa, o Hallowe’en, a noite que marca a transição do outono para o inverno, parece ter sido, antigamente, a época do ano em que as almas dos mortos revisitavam seus velhos lares para se aquecerem junto ao fogo e se reconfortarem com as homenagens que lhes eram prestadas, na cozinha e na sala, pelos seus afetuosos parentes. Talvez fosse natural ocorrer-lhes que a aproximação do inverno trazia as pobres almas famintas e trêmulas dos campos nus e das florestas sem folhas para o abrigo das casas e o calor de suas lareiras familiares.

Mas não eram apenas as almas dos mortos que deviam pairar, invisíveis, no dia “em que o outono ao inverno entrega o pálido ano”. As bruxas então esmeravam-se em seus atos malignos, algumas cruzando os ares em suas vassouras, outras galopando pelas estradas montadas em gatos que, naquela noite, se transformavam em cavalos negros como o carvão. Também as fadas andavam à solta, e duendes de todos os tipos vagavam livremente.

Nas regiões celtas, o Hallowe’en parece ter sido a grande época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de adivinhações eram postos em prática naquela noite. Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo, durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo dia de Halloween. O druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã seguinte, fez uma previsão ao rei que se tornou realidade. No País de Gales a festa do Halloween era a mais estranha de todas as Teir Nos Ysbrydion, ou Três Noites dos Espíritos, quando o vento, “soprando sobre os pés dos cadáveres”, levava suspiros às casas dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que, se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais importantes que deveriam acontecer nos próximos doze meses.

O Solstício de Inverno, que os antigos fixavam erroneamente no dia 25 de dezembro, era celebrado na Antiguidade como o Aniversário do Sol, e luzes ou fogueiras festivas eram acesas nessa alegre ocasião. Nossa festa do Natal é apenas a continuação, sob um nome cristão, dessa velha festividade solar, pois as autoridades eclesiásticas julgaram conveniente, por volta do final do século III ou do princípio do século IV, transferir arbitrariamente a natividade de Cristo de 6 de janeiro para 25 de dezembro, com a finalidade de desviar para o seu Senhor o culto que os pagãos haviam dedicado até então ao Sol.

Na cristandade moderna, a antiga festa dos fogos do inverno parece sobreviver, ou ter sobrevivido até anos recentes, no velho costume da acha do Natal (Yule log), como era chamada na Inglaterra. O costume era conhecido na Europa, mas parece ter florescido especialmente na Inglaterra, na França e entre os eslavos do sul — pelo menos, as descrições mais completas nos vêm daí. A acha de Natal era a contrapartida, de inverno, da fogueira do Solsticio de Verão, acesa dentro de casa e não ao ar livre, devido ao frio e ao tempo inclemente da estação.

In: O Ramo de Ouro, edição de Mary Douglas, tradução de Valtensir Dutra. São Paulo: Círculo do Livro, págs. 214-221.

A primavera em São Paulo

23/09/2019

E hoje, 23 de setembro, começou a estação das flores: a primavera.

Quem vive na cidade de São Paulo costuma dizer que, muitas vezes em um só dia acontecem as quatro estações. É uma verdade que só quem mora aqui sabe do que estou falando.

Mas, ainda no inverno, as flores já se apresentam e exibem seu esplendor. Exemplo disso  é a Festa das Cerejeiras, que aconteceu no mês de agosto, no Parque do Carmo. Essa festa  é realizada desde 1978. No dia 04 de agosto, estive no Parque do Carmo para participar do Festival. Era um domingo frio e chuvoso, mas que não nos impediu de chegarem cedinho para curtir o festival. Destaco alguns registros que fiz:

 

 

 

Em minhas andanças pela cidade sempre encontro flores pelo caminho. Próximo ao meu trabalho, no bairro da Lapa, encontro as flores, literalmente: “pulando o muro”.

A imagem da folhagem e das flores, se assemelha ao formato de um coração. A meu ver, essa imagem é um verdadeiro símbolo de que o Amor é transgressor: ele rompe barreiras. Olhem só:

 

Agora , um pequeno registro feito nas ruas:

No bairro da Lapa

 

Nos jardins de condomínios em Santa Cecília

 

 

Manacás da Serra, nas calçadas da Barra Funda

 

 

Avenida 23 de Maio

 

Nos parques públicos, como, por exemplo: Parque Ibirauera

 

Tenho percebido que Setembro é o mês dos Ipês, aqui em Sampa. Quando andamos um pouco, nos deparamos com a luminosidade e exuberância dos ipês.

 

Ipê nas calçadas da Lapa

 

Ipê dentro do Parque da Água Branca

 

Ipê nas calçadas da Avenida 23 de Maio

E nas calçadas, os ipês deixam um tapete de flores:

tapete de flores- Vila Pompeia

 

Com essas imagens, eu saúdo a Primavera.

 

 

Um super abraço!

Vozes da Tradição

16/09/2019

 

O livro Vozes da tradição (editora IMEPH), tem por base uma recolha no interior da Bahia e em Araxá (MG), será lançado sexta, dia 20 de setembro, a partir das 20:30h, na Casa Tombada, em Perdizes. Além de um bate-papo com os autores, Marco Haurélio e Lucélia Borges, haverá, ainda, uma roda de histórias.

Para conhecer melhor o livro, o ideal é ler a breve apresentação, escrita por Marco Haurélio, reproduzida abaixo:

Quando os irmãos Jakob e Wilhelm Grimm registraram, em 1812, a literatura oral de seu país, a Alemanha, não faziam ideia do sucesso de sua iniciativa, em especial no tangente aos contos populares, a parte mais significativa de sua recolha. O fato é que, com o êxito alcançado pelos Contos da criança e do lar, outros pesquisadores europeus, impregnados do mesmo espírito romântico que moveu os alemães, foram a campo em busca de lendas, baladas, romances e das velhas histórias narradas ao pé do fogo, sementes espargidas e cultivadas no fértil solo da imaginação humana. Quando o termo folclore foi consignado em 1848, pelo inglês William John Thoms, sob o pseudônimo de Ambrose Merton, em artigo publicado na revista The Atheneum, o conto tradicional, irmão da lenda e filho do mito, já havia alcançado, em vários países, a merecida atenção de escritores e estudiosos.

Antes, a novelística popular mereceu registros em recriações literárias, algumas em versos, como Os contos de Canterbury (1387), de Geoffrey Chaucer, e os lais de Maria de França, ainda no século XII. Em prosa, destacam-se as jornadas do Decameron (1348-53), de Giovanni Boccaccio, o livro do Conde Lucanor (1335), de D. Juan Manuel, Os contos e histórias de proveito e exemplo (1575), de Gonçalo Fernandes Trancoso, além do impressionante Pentamerone (1634-36), de Giambattista Basile, obra-prima do barroco italiano. Inspirado neste último, sem a mesma espontaneidade, Contos do tempo passado ou Contos da Mamãe Gansa (1697), de Charles Perrault, coletânea moralista celebrizada pelo tempo e contemplada com muitas reedições, levou à corte francesa as histórias da gente humilde, devidamente polidas e adaptadas ao gosto do (nobre) freguês.

Isso sem falar no conjunto de histórias prevalentemente maravilhosas provenientes do mundo árabe, o monumental livro das Mil e uma noites, traduzido e apresentado ao Ocidente pelo orientalista francês Antoine Galland, cujo primeiro volume foi publicado em 1704.

Coube a Adolfo Coelho a empresa de ser o desbravador desta seara em Portugal, com Contos populares portugueses, publicado em 1879. Foi seguido por Consiglieri Pedroso, autor de Portuguese folktales (1882), em edição inglesa, e por Teófilo Braga, com Contos tradicionais do povo português (1883). Igualmente relevante, a antologia de Contos tradicionais do Algarve, de Ataíde Oliveira, reuniu 400 contos do sul de Portugal, ampliando a área geográfica e as possibilidades de comparação e confronto.

No Brasil, a iniciativa pioneira coube a Silvio Romero, autor de Contos populares do Brasil (1885), publicado originalmente em Portugal, com organização e notas de Teófilo Braga. Antes, o estudo do geólogo canadense Charles Frederik Hartt, Os mitos amazônicos da tartaruga (1875), com o Jabuti, grande trickster dos contos indígenas, e a coletânea O selvagem (1876), do General Couto de Magalhães, apresentaram contos de origem indígena ou tradicionalizados entre os povos nativos da Amazônia. A coletânea de Sílvio Romero, no entanto, teve o mérito de ser abrangente, enfocando, além dos supostos contos indígenas, contos de origem africana e europeia. Há que se levar em conta o esforço do coletor, que se dispensou de um trabalho comparativo, privilegiando critérios antropológicos e raciais, em voga na época. E, por isso mesmo, incorreu em equívocos, como o de arrolar entre os contos africanos Doutor Botelho, história na qual um macaco aparece como auxiliar do herói de origem humilde, que, graças aos seus préstimos, acaba casando com uma princesa. Apenas esta breve descrição nos mostra ser esta, em linhas gerais, a hoje conhecidíssima história do Gato de botas, divulgada por Charles Perrault, na versão literária do século XVIII. A coletânea se reveste de grande importância, também, por abrir uma picada, inspirando, em diferentes épocas, outros pesquisadores das tradições populares.

Imprescindíveis são as obras de Lindolfo Gomes (Contos populares brasileiros, 1915), João da Silva Campos (Contos e fábulas populares da Bahia, 1928), Aluísio de Almeida (142 histórias brasileiras, 1951) e Luís da Câmara Cascudo (Contos tradicionais do Brasil, 1946). Mais recentemente, sobressaíram-se Ruth Guimarães, Waldemar Iglésias Fernandez, Oswaldo Elias Xidieh, Doralice Alcoforado, Bráulio do Nascimento, Altimar Pimentel e Edil Costa.

Ainda assim, são, lamentavelmente, raras as coletâneas de contos tradicionais brasileiros provenientes da fonte da memória. Raras diante das possibilidades oferecidas por um país de dimensões continentais, diverso na cultura e nas variantes linguísticas, nascidas das profundas desigualdades, reveladoras de nossas mazelas, mas também da resistência de povos de diferentes matrizes e matizes. O trabalho que empreendi, com a companheira Lucélia, supre em parte esta lacuna, preservando, sempre que possível, as marcas da oralidade, o estilo e a verve dos contadores, embora seja impossível reproduzir o gestual, as pantomimas e o momento em que os contos foram registrados.

Um exemplo: a excelente contadora Enedina Rodrigues de Sousa forneceu-nos as histórias de que se tornou guardiã numa noite de muito frio, fato raro na região onde mora, no quintal de sua casa, povoado de Palma, município de Serra do Ramalho, Bahia. O São Francisco, o rio de sua aldeia, era o cenário de fundo. Entre uma história e outra, ela cantou chulas e relembrou as debulhas de feijão do seu tempo de menina, ocasião em que as histórias eram contadas em jornadas que vincaram sua memória afetiva.

Apesar das dificuldades demandadas por uma iniciativa como esta, a recolha de contos de “primeiro grau” será sempre bem-vinda, especialmente por mostrar que, em pleno século XXI, as árvores do Jardim da Tradição ainda dão saborosos frutos. Este trabalho, como outros de minha lavra (Contos folclóricos Brasileiros Contos e fábulas do Brasil), encontra-se classificado de acordo com o Catálogo Internacional do Conto Popular, o Sistema ATU. As principais referências vêm do monumental Catálogo dos contos tradicionais portugueses (com as versões análogas dos países lusófonos), de Isabel David Cardigos e Paulo Jorge Correia, com o qual, orgulhosamente, colaborei. O professor Paulo é responsável, ainda, pela classificação de boa parte dos contos deste volume.

Na presente coletânea, todos os informantes e os locais da recolha são identificados. A maior parte dos contos pertence ao gênero maravilhoso, menos encontradiço hoje, devido a uma estrutura mais complexa, resultante de sua assombrosa ancianidade. É o caso de Guimar e Guimarim, que pertence ao ciclo de histórias que têm origem no mito de Jasão e Medeia, no qual o herói, numa terra estrangeira, conta com o auxílio da filha do rei para realizar tarefas impossíveis.

Se a literatura dos antigos salvou do esquecimento os deuses e heróis, os contos de tradição oral, por outro lado, preservam episódios e estruturas arcaicas, informações sobre ritos e mitos, nos conectando a um tempo que, talvez, somente nos sonhos e nos domínios do inconsciente ousássemos perscrutar.

fonte: Cordel Atemporal

 

Então, não vamos esquecer:

Lançamento do livro: Vozes da tradição

Quando?: 20/09/2019 às 20:30h

Onde?: A CASA TOMBADA – Rua  Ministro de Godoy, 109- Perdizes ( ao lado do Parque da Água Branca).

 

Um super abraço!

 

 

3ª Maratona de Histórias

12/09/2019

No próximo sábado, dia 14 de setembro, teremos uma tarde de festa literária na Livraria NoveSete, na Vila Mariana. Nesse  dia,  a Livraria realizará  a  terceira edição da  Maratona de Histórias, com o apoio da Editora do Brasil.

A Maratona de Histórias, na Livraria NoveSete foi idealizada por Penélope Martins, escritora e contadora de histórias. A   entrada é gratuita e para leitores de todas as idades.  A ideia de  Penélope Martins é “reunir as pessoas ao redor dos livros. Assim como os narradores, eles são  fundamentais para lembrar a relevância da prática de contar histórias como elo de ligação entre todas as gerações e culturas”.

A Maratona será uma celebração da tradição oral e da literatura criada para estimular a prática de diálogos presenciais de leitura.

Segue a programação:

3ª MARATONA DE HISTÓRIA, na LIVRARIA NOVESETE- Sábado, 14 de setembro de 2019

 
14:00
Abertura do evento e lançamento do livro Minha Pasárgada da autora Rosinha
 
 
14:30
Contação de historia com Ailton Guedes e Rubia Konstantyni
 
 
15:00
Contação de historia com Giuliano Tierno e Magno Faria
 
 
15:30
Contação de história com Alexandra Pericão e Ailton Guedes
 
 
16:00
Contação de história com Mariana Per e Penélope Martins
 
 
16:30
Contação de história com Rubia Konstantyni e Ligia Belo
 
 
17:00
Bate papo com Rosana Rios e o Gil Vieira Sales, mediação de Penélope Martins, discutem o Direito as Múltiplas Narrativas
 
 
18:00
Lançamento do livro “Entre Cães e Gatos” da autora Rosana Rios
 
 
18:30
Encerramento com historias e canções com Cristiano Gouveia
 
 
Um super abraço e até lá!
 
 
 

Xilogravura e cordel: arte, cultura e sensibilidade.

02/09/2019

Hoje, me proponho a destacar e falar um pouco sobre xilogravura e Literatura de Cordel, por meio de alguns de seus representantes.

Para falar dos temas, recorro aos  poetas cordelistas para traduzir na poesia alguns conceitos e informações sobre a xilogravura. Para isso, peço a ajuda do poeta cordelista cearense, Moreira de Acopiara, que traz no seu livro:  Cordel em Arte e Versos  (Editoras: Duna Dueto/Acatu), os seguintes versos:

A xilogravura é

Arte de muito valor,

(Em todo o Brasil nós temos

Muito xilogravurador),

E ela chegou ao Brasil

Com o colonizador.

 

Mas existe há muito tempo!

Acredita-se que tem

Origem na China, mas

Há quem afirme também,

Com muita convicção,

Que é da Grécia que ela vem.

(…)

Moreira de Acopiara ainda diz mais adiante:

E essa arte é mesmo antiga.

Antes da tipografia,

Em várias partes do mundo

Xilogravura existia.

Se produziam textos

Chamavam xilografia.

Destaco aqui a capa do livro Cordel em Arte e Versos, que foi ricamente ilustrado com as xilogravuras do artista carioca Erivaldo Ferreira da Silva:

 

                 Xilogravuras de Erivaldo Ferreira da Silva

 

Ressalto também o livro Caminhos Diversos sob os signos do Cordel, de Costa Senna, um multi artista. No livro o poeta faz uma coletânea de seus cordéis, ilustrados pelo artista gráfico Jô Oliveira.

 

Neste livro, Costa Senna trata diversos temas: como a história da escrita, leitura, cotidiano, entre outros. Seu cordel Nas asas da leitura,  fala da origem da escrita, passando pelo Egito e China, passa pelo surgimento da imprensa e ressalta a importância do livro na história da humanidade. Vejam alguns versos:

Há cinco mil e quinhentos

Anos, a Ásia surpreendeu,

Pois, criando o alfabeto,

A escrita apareceu.

Veja só que linda ação,

Foi aí dessa união

Que nosso livro nasceu.

 

Em pedras, osso e tábuas

Era onde se escrevia.

Antes de o livro nascer,

A história se perdia.

Por não poder registrar,

Era difícil guardar

Tudo o que acontecia. (…)

 

Na leitura encontro asas,

Prazer, força pra voar,

Em qualquer cosmicidade

Eu vejo o meu ser pousar,

O livro é o meu transporte,

A leitura o passaporte,

Direito de conquistar.

Este cordel recebeu a seguinte ilustração de Jô Oliveira:

Nas asas da leitura


Em dezembro de 2018, tive a felicidade de estar presente no lançamento do livro: A semente de pera mágica em cordel, Editora Paulus, da artista plástica potiguar Nireuda Longobardi.

 

Neste livro, Nireuda faz uma adaptação de um antigo conto chinês em cordel, e também as xilogravuras, que transbordam beleza poética.

Aqui, compartilho alguns versos:

Era um homem muito pobre

que numa aldeia morava

e não tendo o que comer

diversas vezes furtava

pão ou tigela de arroz

e sua fome matava.

 

Certa vez em uma feira

lindos frutos avistou,

aproximou-se da banca

e disfarçando furtou

uma suculenta pera

e rápido se afastou. (…)

A feitura de uma xilogravura é uma arte rica em detalhes e paciência… Observem na foto abaixo que mostra um pouco do trabalho de Nireuda Longobardi:

 

Neste mês de setembro,  até o dia 8, acontecerá a Bienal do Livro do Rio de Janeiro.  Nesse  evento, o poeta e cordelista Marco Haurélio irá participar e também realizará o lançamento de seu mais recente livro:  “A Jornada Heroica de Maria” (Melhoramentos).  O livro tem como ilustração as xilogravuras da artista Lucélia Borges. 

            A jornada heroica de Maria, de Marco Haurélio, ilustrado com as xilogravuras de Lucélia Borges

O livro trata da recriação em cordel de um conto do vasto e longevo ciclo do noivo animal.

Houve um tempo em que as histórias 
iam sendo recontadas 
por gerações incontáveis, 
em infindáveis jornadas. 
Com o tempo, algumas delas 
foram imortalizadas.

Essas histórias fantásticas 
nasceram de muitas mentes. 
Espargidas pelo vento, 
como perdidas sementes, 
fincaram fundas raízes 
no imaginário das gentes.

“A jornada de Maria” 
é uma dessas histórias 
que vêm dos tempos passados 
evocando antigas glórias, 
costuradas com o fio 
do tecido das memórias.

Xilogravura de Lucélia Borges, do Livro”A Jornada Heroica de Maria”

Até aqui, trouxe alguns dos livros ilustrados com xilogravuras. Mas a xilogravura e o cordel andam juntos há bastante tempo.

No Nordeste a  xilogravura  tem uma identidade peculiar e tem  representantes expressivos, tais como:  Mestre Nosa, José Costa LeiteWalderêdo Gonçalves,   José AltinoStênio Diniz, J.Borges, entre outros.

Para finalizar, quero destacar alguns folhetos de cordel, seus autores e xilogravuristas:

Cordel: Cangaço-um movimento Social, de Varneci Nascimento  e xilogravura de Klévisson Vianna.

 

Cordel: Perfil do Político brasileiro, de Varneci Nascimento e xilogravura de Erick Lima.

Cordel:  Cante lá e cante cá, de Costa Senna e xilogravura de Nireuda Longobardi.

Cordel:  Paulo Freire, de Costa Senna e xilogravura de Francorli.

 

Cordel: A lenda do Cabeça de Cuia, de Pedro Monteiro, e xilogravura de  Lucélia Borges.

 

Cordel:  Cumade Fulozinha – a guardiã da floresta, de Pedro Monteiro e xilogravura de Lucélia Borges

 

Cordel: A Lenda da loira do banheiro, de João Gomes de Sá e Marco Haurélio e xilogravura de Lucélia Borges.

 

Cordel: Bandinha Fulô da Chica Boa, de João Gomes de Sá e também é o autor da xilogravura da capa.

Cordel: Cantoria 2(Peleja de Zé Limeira com Chico Antonio) de João Paulo Resplandes e xilogravura de Lucélia Borges.

 

Cordel: Caiçara, de João Paulo Resplandes e xilogravura de João Gomes de Sá

 

Cordel: Sanfoneiros de João Paulo Resplandes e xilogravura de Nireuda Longobardi

O universo da Literatura de Cordel e tão vasto quanto o da Arte da Xilogravura. As possibilidades são infinitas, e nas veredas da internet podemos encontrar muitas e muitas informações. Cabe a nós, de acordo com nossa curiosidade e interesses, lançar redes e filtrar os artigos e matérias que mais nos tocam e emocionam.

Um super abraço!

O encantamento das lendas brasileiras

21/08/2019

E em agosto também temos um dia dedicado ao Folclore, dia 22 de agosto. Nesse período do mês, a maioria das escolas de Ensino Fundamental  rememoram o encanto (e  espanto) que as lendas nos trazem.

Aqui,  destaco um livro que foi lançado há pouco tempo, e que tive o privilégio de estar presente em seu lançamento: EnCantando as lendas brasileiras, de Gabriela Vasconcelos Abdalla e Vivian Devidé Casto, da Editora Tipografia Musical.

Gabriela  e  Vivian são  educadoras atuantes. Gabriela é educadora musical, e  tem buscado no ensino/aprendizagem desenvolver a ludicidade com crianças e adultos. Vivian Devidé Castro é arte-educadora, com uma muita experiência em sala de aula.

O livro é uma gostosa viagem pela cultura popular por meio das lendas de nosso folclore. Além disso, o livro traz músicas delicadamente compostas para cada lenda apresentada,compostas por Gabriela Abdalla e algumas parcerias com o músico Beto Vasconcelos. O livro traz também atividades lúdicas para desenvolver com as crianças.

Eu e meu filho Ulisses tivemos a oportunidade e enorme alegria em de participar do lançamento deste livro primoroso.

Lançamento do livro: EnCantando as lendas brasileiras

Vale muito a pena a leitura do livro, bem como ouvir as músicas compostas para as lendas.

Boa leitura à todos!

Um super abraço!

O Nordeste simbólico em: À Nordeste

16/08/2019

Nas andanças que faço  no centro de São Paulo, estive no SESC 24 de Maio, e me encantei com uma sensível  exposição À Nordeste. Essa exposição mosta a cultura nordestina por meio das artes visuais.

É uma exposição que vai até o dia 25 de agosto, e neste mês do Folclore vem a estimular “reflexões  sobre o Brasil a partir da produção simbólica do Nordeste numa perspectiva de suas singularidades regionais e da radicalidade de sua dimensão sensível. Um olhar sobre a história da região que revela dimensões vertebrais da formação e da contemporaneidade do Brasil e de suas infinitas pluralidades. Reunindo um conjunto significativo de obras, peças e experiências de contextos e vocações diversas que imaginam, inventam e reconstroem o Nordeste do Brasil, a exposição atravessa campos como a iconografia e a teoria social, pretendendo pensar as circunstâncias históricas, sociais e culturais da invenção de uma ideia de “nordeste” (referência na página do SESC24 Maio)

Aqui, compartilho algumas fotografias que tirei, onde retrato uma pequenina parte da exposição: 

Obra: simbolismo do cangaço, de J Cunha

 Inicialmente trouxe a obra de J Cunha, que muito chamou a  minha atenção. 

Fui procurar informação sobre J Cunha, e cheguei em sua página oficial. Vale a pena conhecer o seu universo , clicando aqui .  

Mas, o mais interessante é ouví-lo falando  sobre seu trabalho e influências, acessando o vídeo abaixo:

Outra obra que chamou a atenção, foi a obra Vidas Secas, do  alagoano Graciliano Ramos. Aqui cabe uma memória afetiva, poi li este livro quando era de adolescente. Era uma leitura essencial naquele período. Como eu era muito jovem e inexperiente à época, não cheguei a compreender a importância e grandeza do livro.  A primeira edição de “Vidas Secas” foi ilustrada pelo artista plástico cearense  Aldemir Martins.

Livro de Graciliano Ramos ilustrado por Aldemir Martins

Na sequencia da exposição me deparo com obras do pernambucano Gilvan Samico, que é considerado um dos mais importantes gravuristas do Brasil. Para conhecer um pouco mais sobre Samico, clique aqui.

Obra: Ascensão, de Gilvan Samico

 

Finalizando esta postagem,  trago esta tapeçaria confeccionada por uma paranaense, Guiomar Marinho.

Guiomar Marinho reside há muito tempo no Ceará, onde desenvolve um belo trabalho na região. 

Tapeçaria de Guiomar Marinho

Para conhecer um pouco mais sobre Guiomar Marinho, clique aqui.

 

Então, não vamos esquecer: A Exposição À Nordeste  no Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, termina no dia 25 de agosto.

Vale muito a pena!

 

Um super abraço!

 

 

 

E a Vida?

12/06/2019

” E a vida?
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão, ê, ô…” (Gonzaguinha)

E é com os versos de Gonzaguinha, que pego emprestado, para retomar a escrita neste blog.

Iniciei este blog em março de 2009. Há dez anos ‘marquei’ meu território no mundo virtual e busquei expressar-me um pouco e deixar dicas e nutrir um pouco este vasto mundo virtual com conteúdos que para mim foram e são significativos.

Na minha última postagem falei do Encontro com o Cordel, no Sesc 24 de Maio, com diversos nomes da poesia popular. Pessoas queridas e temas que para mim são caros e me levam às minhas origens.

Durante este ano pude viver outros encontros: com vários amigos e amigas, com familiares, com companheiros de trabalho, em cursos e palestras e em vários eventos artísticos. E em cada encontro a vida se refazia e se reinventava.

E o tema ‘Encontro’ tem diversas faces, fases, situações e também reencontros.São incontáveis os encontros e reencontros que temos em nossas vidas. Mas, com toda certeza, aprendemos muito e crescemos com cada um deles. Nos encontros renovamos nossas energias, realimentamos o nosso coração que bate mais forte com e disposição para desfrutar de cada momento.

Nesses gratos encontros que a vida me proporcionou, tive a oportunidade de conhecer a psicóloga e coaching Barbara Hilsenbeck . Além do encontro físico, também a encontro nas ondas do mar virtual, por meio de seu canal no You Tube: A Vida é Barbara. Em um dos programas, ouvi a leitura de um texto, que muito me chamou a atenção, cujo título é: Pelos seus olhos. Este texto também se encontra em seu Blog: A Vida é Barbara.

Compartilho aqui o programa apresentado no canal, com o tema: A criança interior, e convido vocês a assistirem:

O texto me encontrou e reavivou outros sentidos que estavam guardados em mim. Desse encontro, surgiu um singelo poema e compartilho aqui:

A VIDA É BARBARA

(de: Barbara Hilsenbeck e Margarete Barbosa)

 

Minha criança,

Não se engane!

O tempo, a idade: 36, 45, 54, 63 …

Pode ser apenas um número.

A vida é reflexo do seu humor

do seu Amor,

do seu coração,

dos seus olhos.

 

Tudo na Vida é bom:

o breu

a luz

a  alegria

a  tristeza.

O seu coração

emana vibrações.

Todas.

 

O Universo habita em ti

e de sua boca saem palavras

que podem elevar o seu Ser,

e dos demais seres.

Reserve as melhores,

e  as espalhe como sementes.

 

Aceite a Luz e a Sombra.

A sua essência transcende

a dualidade.

Você é poesia e

é única vivendo

a Vida que é divina,

que é Presença, porque

a Vida é bárbara!

E a Vida se manifesta nos vários momentos: dos mais simples aos mais complexos, com intensidade e profundidade. E diante dessa abundância e generosidade divina, que o único sentimento que tenho e expresso é o de profunda gratidão.

Um super abraço!

Encontro com o Cordel – Uma homenagem a Leandro Gomes de Barros

22/08/2018

O ano de 2018 marca o centenário da morte do grande poeta e cordelista paraibano Leandro Gomes de Barros. E para lembrar e homenagear com toda pompa e circunstância que este poeta merece,  acontecerá nos dias 24/08 a 26/08/2018, no SESC 24 de Maio o evento:  ”Encontro com o Cordel: Homenagem a Leandro Gomes de Barros”, que envolve diversas ações dessa arte. Reúne, ainda, obras importantes da Literatura de Cordel e apresenta a função social desse importante gênero literário ao longo dos tempos, expondo a riqueza temática e a complexidade de suas rimas, além da sua influência nos vários segmentos artísticos, como cinema, teatro, músicas e novelas.

Veja a programação:

LITERATURA

Bate-Papo “Leandro Gomes de Barros e o cordel sem fronteiras” | Dia 24/8 (sexta, 14h)

Leandro Gomes de Barros e o cordel sem fronteiras. Com Bráulio Tavares, que revisita as novelas de cavalaria, a gesta do gado e o romanceiro nordestino em seus variados ciclos temáticos. Duração: 90 minutos. Área de Convivência. Classificação etária: 14 anos. Grátis.

Prosa e Verso: Baião de Dois | Dia 24/8 (sexta, 17h30 às 18h30)

Moreira de Acopiara

Moreira de Acopiara

Com Assis Ângelo e Moreira de Acopiara. Mediação Marco Haurélio. Ao melhor estilo das conversas ao redor do fogo, os autores falarão de suas trajetórias e de como entraram em contato com a Literatura de Cordel e sobre o universo da cantoria. Duração: 60 minutos. Varanda da Convivência. Classificação etária: 14 anos. Grátis.

Intervenção | Dia 24/8 (sexta, 16h)

Cantoria com repente com Sebastião Marinho e Luzivan Mathias. As várias modalidades do repente nordestino. Duração: 60 minutos. Varanda da Convivência. Livre. Grátis.

Sebastião Marinho, repentista

 

Feira De Cordel e Xilogravura | Dias 25 e 26/8 (sábado, 11h às 20h30; domingo, 11h às 18h)

Com poetas, artistas gráficos e intervenção de artistas populares de várias searas. Área de Convivência (3º andar). Classificação etária: 12 anos. Grátis.

 

Cordel e Quadrinhos | Dia 25/8 (sábado, 15h)

Com Jô Oliveira e Klévisson Viana. O universo da gravura popular como inspiração para o cordel e as HQs. Duração: 60 minutos. Área de Convivência (3º andar). Classificação etária: 14 anos.

 

Cordel-show | Dia 25/8 (sábado, 12h)

Com Costa Senna e Aldy Carvalho. Repertório que tem por base a literatura de cordel e as modalidades do repente nordestino em poemas e cantigas.  Varanda da Convivência (3º andar). Livre. Grátis.

aldy

Aldy Carvalho

 

Cantoria: do folclore ao cordel | Dia 25/8 (sábado, 19h às 20h30)

Bule-Bule

Com Bule-Bule. Um dos grandes artistas populares do Brasil apresenta canções folclóricas e poemas musicados por ele, em gêneros como o coco, a embolada, o samba de roda e a chula. Duração: 90 minutos. Área de Convivência. Livre. Grátis.

 

Contação de histórias “Contos Rimados”| Dia 25/8 (sábado, 14h30)

                                              Lucélia Borges

Com Lucélia Borges. Um passeio pelo universo mágico da tradição oral. Duração: 1h. Biblioteca. Livre. Grátis.

 

Pelejas de um Cantador: homenagem a Patativa do Assaré | Dia 26/8 (domingo, 12h)

Com Inimar dos Reis e João Batista Cidrão. Roda de versos, repentes, com emboladas, desafios de viola e declamação de poemas de Patativa do Assaré. Duração: 60 minutos. Varanda da Convivência. Livre.

 

Cordel em cena | Dia 26/8 (domingo, 14h)

Com Izabel Nascimento e Salete Maria. Um encontro poético que mostra que a literatura de cordel não é indiferente às grandes questões e dilemas da contemporaneidade. Duração: 60 minutos. Área de Convivência. Classificação etária: 12 anos. Grátis.

 

Contos, lendas e cordéis | Dia 26/8 (domingo, 15h)

   Auritha Tabajara

Com Cleusa Santo e Auritha Tabajara. Um passeio pelo mundo encantado da tradição oral e do cordel, com histórias do povo Tabajara, contos de encantamento e cordéis infantis. Duração: 60 minutos. Biblioteca. Livre.Grátis.

CURSOS

Xilogravura Popular | Dias 25 e 26/8 (sábado e domingo, das 10h)

Com J. Borges. Breve história da xilogravura e de suas principais técnicas. Cada participante será orientado a produzir sua própria matriz de xilogravura e seu processo de impressão. Duração: 6h. Sala 2 das Oficinas. Classificação etária: 14 anos. R$12, R$25 e R$50.

TEATRO

Teatro De Mamulengo | 25/8 (sábado, às 17h)

                                 Valdeck de Garanhuns

Com Mestre Valdeck de Garanhuns. O espetáculo conta a história da origem do cordel e de seu desenvolvimento no Nordeste brasileiro. Duração: 60 minutos. Varanda da Convivência. Livre. Grátis.

 

MÚSICA

Socorro Lira no show “Meu Interior Urbano”

Repertório inspirado na literatura de cordel, nos cantos de trabalho e nas vozes femininas da poesia brasileira.

Dia: 24/8 (sexta, às 19h)   Local: Varanda da Convivência  Grátis.

 

Antônio Nóbrega no show “Domingueira”

Misto de festa, baile e show, o repertório apresenta uma viagem aos ritmos brasileiros.

Dia: 26/8 (domingo, às 16h)  Local: Ginástica   Grátis.

Será uma maravilhosa festa da cultura popular!

Imperdível!

Vamos?

 

Um super abraço e até lá!

A cultura tradicional paulista no Revelando São Paulo

04/12/2017

 

No último domingo, dia 03 de dezembro, tive a  emoção e alegria de apreciar um pouco do grandioso evento Revelando São Paulo.

O Revelando  São Paulo acontece desde de 1996 e está voltado para a pesquisa e divulgação da Cultura Tradicional do Estado de São Paulo e aconteceu dos dias  29 de Novembro a 03 de Dezembro, no Parque do Trote, na Vila Guilherme-SP.

Na edição de 2017, o tema foi Festa do Divino.  A Festa do Divino é uma comemoração popular de rua, tipicamente folclórica, com aproximadamente sete séculos de existência. Neste evento muitas cidades de São Paulo trouxeram suas manifestações culturais. Durante todos os dias do evento, os visitantes puderam aproveitar clássicos da comida caipira, caiçara e tropeira, além do artesanato feito com matéria-prima local de diversas regiões do estado e técnicas transmitidas entre gerações.

A música e as celebrações regionais reuniram artistas de muitas manifestações culturais no palco do Revelando São Paulo.  E  aconteceram encontros de violeiros, sanfoneiros, congadas, entre outros.

No domingo aconteceram apresentações de congos e moçambiques.

Os Congos, Congadas são folguedos que comumente aparecem na forma de cortejos, os participantes cantam e dançam homenageando, de forma especial, São Benedito. Muitos desses folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas promessas. Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão. Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e inicio da República). As vezes possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte dramática com embaixadas e lutas.

Moçambique ou maçambiques são folguedos que aparecem durante quase todo ano nos municípios do Vale do Paraíba, nos que circundam a cabeceira do Tietê e Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos que homenageiam com suas músicas e suas danças seus santos padroeiros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Suas atuações caracterizam-se por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por vezes complicados. Seu traço distintivo são os paias, (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros.

Aqui segue um pequeno registro que fiz do Festival da Cultura Tradicional Paulista:

 

 

 

 

 

 

 

Também tivemos o cortejo com a manifestação  indígena:

 

Após o cortejo, aconteceu também um encontro ecumênico no palco:

 

E também aconteceu o cortejo no entorno do Parque do Trote:

 

Foi um espetáculo de deleitar a alma.

 

Um super abraço!