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Zumbi dos Palmares: luta, liberdade e resistência

20/11/2015
Antônio_Parreiras_-_Zumbi_2

Quadro pintado em 1927 por Antonio Parreiras

 

Zambi – Edu Lobo (1965)

É Zambi no açoite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi na noite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi

Chega de sofrer, ei!
Zambi gritou
Sangue a correr
É a mesma cor
É o mesmo adeus
É a mesma dor

É Zambi se armando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi lutando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi

Chega de viver, ê
Na escravidão
É o mesmo céu
O mesmo chão
O mesmo amor
Mesma paixão

Ganga-zumba, ei, ei, ei, vai fugir
Vai lutar, tui, tui, tui, tui, com Zambi
E Zambi, gritou ei, ei, meu irmão
Mesmo céu, tui, tui, tui, tui
Mesmo chão

Vem filho meu
Meu capitão
Ganga-zumba
Liberdade
Liberdade
Liberdade
Vem meu filho
É Zambi morrendo, ei, ei, é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
Ganga Zumba, ei, ei, ei, vem aí
Ganga Zumba, tui, tui, tui, é Zambi

 

Nesta postagem, minha intenção é destacar algumas expressões artísticas em torno do Mito:  Zumbi dos Palmares.

Zumbi dos Palmares é um símbolo de Luta pela Liberdade e Resistência para mantê-la.  Neste dia 20 de  Novembro, Dia da Consciência Negra, penso que a imagem de Zumbi vai  muito além, representando e inspirando todo aquele que não se deixa subjugar.

Comecei a postagem com a pintura, de 1927  do artista plástico carioca Antonio Parreiras. Em seguida, trouxe a letra-canção de Edu Lobo, pois acredito que traduz bem a história de Zumbi. Ouçamos a música:

 

Em termos de sétima arte, pode-se destacar o clássico: Ganga Zumba, filme de 1964, produzido por Cacá Diegues  com destaque para interpretação de Antonio Pitanga. Ainda de Cacá Diegues, em 1984, em uma co-produção francesa, temos o filme Quilombo. Neste filme temos um fabuloso elenco com: Zezé Motta, João Nogueira,  Grande Otelo, Antônio Pitanga e uma rica constelação de  artistas. E o melhor é que ainda podemos assistir na íntegra pelo YouTube:

 

Terminando com mais  música:  a  composição Zumbi de Jorge Ben Jor na interpretação de Caetano Veloso:

E por fim, vamos apreciar a canção  O Canto das Três Raças, de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, com a eterna Clara Nunes.

 

Ulisses: a presença do mito

07/07/2011

Capa do DVD filme: A Odisséia

“Odisseia é a sequência de Ilíada e ambos são poemas épicos da  Grécia Antiga, atribuídos a Homero (…). Seguindo originalmente a tradição oral, os poemas eram contados por um aedo, ou rapsodo e destinados mais a serem cantados do que lidos.

A Odisseia foi escrita num dialeto poético que não pertence a qualquer região definida, sendo composta por 12.110 versos no hexâmetro dactílico e conta as aventuras  do herói grego Odisseu (ou Ulisses, pela mitologia romana), rei de Ítaca (no sul do Mar Adriático) na longa viagem de volta para casa, após a guerra de Troia (…)  A palavra odisseia passou a significar, na maioria das línguas, qualquer viagem longa e difícil, com características épicas.” (Jolanda Gentilezza)

Olá!

Nesta postagem trago dois assuntos: o cultural (que já faz parte das intenções deste blog)  e o pessoal.

 O componente cultural já vem destacado no início da postagem com a citação acima da professora, atriz, teatróloga e diretora, Jolanda Gentilezza, para falar de Ulisses (Odisseu). A professora Jolanda fez um resumo muito rico da obra A Odisseia e, muito gentilmente, está compartilhando conosco o seu texto. É só clicar aqui, na seção Páginas, para ler e se deliciar com o conteúdo.

Como eu havia falado em postagem anterior, Ulisses também é o nome de meu filho, e este é o componente pessoal, pois recebi pedidos de amigos para que eu falasse e o apresentasse, aqui no blog. Como mãe, sou suspeita para falar. Entretanto, posso dizer que a escolha do nome está diretamente relacionada ao mito narrado por Homero, mas também a um garotinho que conheci há uns dois anos, enquanto estava na sala de espera de uma clínica. Eu estava aguardando o atendimento quando chegou o pequeno Ulisses com sua mãe e irmão, e naquela ocasião ele devia ter os seus  quatro ou cinco anos. Foi simpatia à primeira vista. Logo começamos a conversar, e aquele menino praticamente me deu uma aula, pois ao segurar um raio X, ele dizia que ali, no seu pulmão, tinha um estreptococos, e que o médico iria dar um remédio para ele sarar. Claro que a explicação para o seu processo gripal me impressionou, e mais ainda por ele ter me dado um termo científico para o seu problema. Logo fui chamada para minha consulta e nunca mais vi aquele herói mirim, entretanto sua imagem e significados ficaram comigo.

O mitólogo Joseph Campbel, em seu livro O Poder do Mito, no capítulo em que fala sobre os arquétipos e as imagens míticas, diz que  “passam de geração a geração, quase inconscientemente” e que “elas  falam de um profundo mistério de você mesmo”. Segundo  Campbel, os mitos ‘revelam mensagens’ e nos ajudam a “experimentar o mundo nos abrindo para o transcendente”. Bem, para mim a mensagem do mito de Ulisses tem muito a ver com: paciência, persistência, coragem, determinação, inteligência e superação. Para compreender o que tento dizer, convido-os a ler com carinho o artigo da professora Jolanda Gentilleza.

Para finalizar, deixo abaixo algumas imagens fotográficas onde eu, meu esposo Ivanilson e amigos estamos com nosso pequeno/grande Ulisses. Com Ulisses recriamos nossa visão de e do mundo e, principalmente, vivemos a arte de  ser  aprendizes, sempre com muita alegria!

eu e Ulisses saindo da maternidade

eu e Ulisses 1º mês

aos 4 meses no 81º aniversário da vovó Neuza, com mamãe Margarete e papai Ivanilson

aos 6 meses com a amiga Catarina

Deixo duas  sugestões: a primeira é assistir ao filme: A Odisséia, uma produção de Francis Ford Coppola, com excelentes atores, incluindo a belíssima Isabella Rosselini, no papel da Deusa Atena. A imagem no início desta postagem é a capa do DVD do filme. Vocês podem baixar o filme na internet, ver pelo You Tube ou alugar em alguma locadora.  Pelo You Tube há uma versão legendada, porém em dezesseis partes. Coloco abaixo a primeira parte, para quem se interessar, e a partir dela pode-se chegar a ver todo o filme. Esse é um bom exercício de persistência e paciência.

A segunda sugestão é a leitura do clássico de Homero. Há também uma versão infanto juvenil para a Odisséia, da Coleção Grandes Aventuras – Editora Abril.

Um grande abraço!